Aprovado em 13º lugar no concurso do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT16) do Maranhão, o Analista Judiciário na Área Judiciária, Ciro Ibiapina Cardoso, foi nomeado ao cargo no dia 07 de outubro de 2009 após muita dedicação aos estudos e ter feito vários concursos públicos.
Formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) desde 2008, Ciro afirma que o Direito do Trabalho já era sua matéria de predileção, pois já possuía especialização na área antes do concurso, mas revela que não tinha preferência por algum órgão exclusivo.
“Meu estudo nunca foi direcionado para um concurso específico, não sei dizer como é passar tanto tempo voltado a um mesmo objetivo”, explica Ciro, que foi incentivado por sua mãe e passou a realizar provas desde o início do curso de Direito.
A aprovação na primeira fase do concurso da Polícia Rodoviária Federal, em 2003, serviu de estímulo para Ciro ver que era possível, apesar de não ter passado no Teste de Aptidão Física (TAF). “A partir disso, fiz provas de Ministérios, Tribunais, banco e qualquer um que abrisse inscrição e a matéria fosse um pouco acessível”, explica.
O Analista Judiciário menciona que conseguiu se habilitar para as provas a partir do período de faculdade, por gostar de assistir aulas, além de fazer cursinhos: “Sempre que um preparatório iniciava uma turma para aquele concurso, eu estava lá, universidade pela manhã e cursinho à noite. Depois que a manhã foi ocupada pelo trabalho, o Direito passou para a noite e o concurso só teve vez depois de formado”, descreve.
Nessa fase, Ciro destaca que sua estratégia de estudos foi a repetição da matéria. “Quando você acumula o conhecimento, começa a passar”, deduz. Enquanto ainda estudava no ensino médio, em 2006, ocorreu sua boa fase que resultou em nomeação no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério Público Estadual do Maranhão (MPE/MA) e Ministério Público da União (MPU).
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Em 2009, depois de formado, essa boa fase de aprovação continou com os concursos do Tribunal Regional Eleitoral do Goiás (TRE/GO), Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE/MA) e Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ/MA). “O importante é não haver pressão, principalmente do próprio candidato. O concurseiro nervoso já está em desvantagem, antes mesmo de fazer a inscrição”, recomenda Ciro.
Ciro Cardoso se recorda que o concurso do TRT16 chamou sua atenção em 2005, ano em que ainda não conseguiu êxito no certame: “Sem grandes pretensões, fui fazer a prova e levei uma senhora surra! Foi quando percebi que concurso é coisa séria e passei a admirar aqueles que obtêm aprovação”, declara.
Quanto ao concurso do TRT16 em 2009, quando Ciro conseguiu ser aprovado e nomeado, o momento era favorável após sua maior preparação. “Eu não estava esperando a prova, então a preparação direta começou mesmo com o edital. No entanto, como já vinha em um bom momento tentando outras instituições, o resultado veio como consequência”, destaca.
Ciro informa que sua maior dificuldade na preparação para os estudos foi manter-se disciplinado: “Não acho estudar uma atividade prazerosa, portanto a disciplina certamente é a minha maior dificuldade. Se ficasse em casa, certamente era zero de estudo”.
A solução para ele foi ter compromisso e encontrar o melhor local de estudo. “Tive que compensar um defeito com uma qualidade: comprometimento. A solução foi sair de casa. Curso, biblioteca, casa de amigo: era marcar e respeitar o horário”, avalia.
Quanto à dificuldade em alguma disciplina ou conteúdo, o Analista destaca que o obstáculo era estudar Direito Civil, mas justifica o motivo: “Talvez pela extensão, sempre foi um fardo mais pesado. Se bem que as demais também não eram simples, apenas mais fáceis de acompanhar (lendo ou ouvindo)”.
Apesar disso, Ciro aconselha como se superou: “Na verdade, não é legal perder tempo se preocupando com o que não sabe. O estudo do Direito envolve extensão e profundidade. Minha concentração sempre foi na primeira, procurava saber um pouco de cada matéria”.
A preparação de Ciro envolveu, desde o início, a resolução das provas anteriores da banca examinadora Fundação Carlos Chagas (FCC) para TRTs. Além disso, ao seguir a tese do comprometimento, ele ia duas vezes por semana à casa do seu amigo Sadoque Matos para resolverem e discutirem as questões detalhadamente.
Ao recordar essa fase, ele demonstra gratidão pela ajuda: “Preciso reconhecer a importância do Sadoque na minha aprovação: ele estava mais preparado que eu, praticamente me forçava a estudar para não passar tanta vergonha e seguramente me ensinou muito”, examina.
Enquanto isso, o Analista também colaborava nas discussões das questões com as Súmulas e Orientações Jurisprudenciais (OJ’s). “Era uma tendência inexistente nas provas anteriores e que começou no TRT 2, naquele mesmo ano. Quando somamos a letra da lei aos enunciados, o resultado foi favorável para os dois. Minhas dicas: questões, Súmulas, OJ’s, amizade”, avalia.
Outra dica, para ele, é dar atenção especial para disciplinas com maior peso durante a preparação: “Todo o conhecimento específico é relevante. Tratando-se de TRT, não dá para deixar passar Trabalho e Processo do Trabalho”.
Os estudantes também precisam ficar atentos ao conteúdo do edital. “O concurso não tem matemática, não tem lógica (não estou falando das disciplinas!). Alguns dos primeiros aprovados para o cargo de Analista ficaram mais atrás para o cargo de Técnico. A prova foi no mesmo dia, então o que aconteceu?”, questiona o Analista.
Outro destaque é não desistir, independente das circunstâncias: “Uma prova de concurso tem algo de organismo vivo, pois é composto por todos que participam. Depende de como está o examinador e de como estão os demais candidatos. São muitas variáveis. Só assim para entender que, com a mesma pontuação, você fique longe em uma semana e seja aprovado na prova da semana seguinte”.
Com a justificativa da “teoria da fila”, Ciro completa que “os aprovados saem da frente e uma hora chega a sua vez. Se você estudar, pode ‘furar’ a fila. Se bobear, vai ser deixado para trás. Não passar não é demérito seu, é crédito de quem passou! A reprovação é regra, passar é exceção. Em determinado momento o universo vai conspirar a seu favor e você só vai saber se estiver no lugar certo para aproveitar”, completa.
Atualmente como Coordenador de Gestão Estratégica, Estatística e Pesquisa no TRT16, Ciro afirma que se sente realizado com seu trabalho: “Estou muito satisfeito com o que alcancei. Quem sabe uma terceira onda me leve a outro lugar; por enquanto, pertenço ao TRT16”.
Após tomar posse para o Cargo de Analista Judiciário para a Área Judiciária no Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT16), Ciro Cardoso foi lotado no gabinete do Desembargador Luiz Cosmo da Silva Junior. Ciro trabalhou como assistente de gabinete e, após quatro anos, o Desembargador foi eleito presidente do Tribunal e convidou Ciro para ocupar o cargo de Coordenador de Gestão Estratégica.
Na primeira semana como servidor, Ciro buscou adaptação ao ambiente. “Senti apreensão por não conhecer as pessoas, mais do que pelo novo trabalho. A equipe do gabinete fez o possível para que me sentisse ambientado e me integrasse à rotina”, descreve.
No período de adaptação, o atual Coordenador de Gestão Estratégica afirma que não houve dificuldades, pois já trabalhava no Ministério Público do Maranhão elaborando minutas de pareceres, e a redação jurídica era o necessário para confeccionar as minutas de votos no gabinete. “A grande tarefa é se manter atualizado e fornecer as melhores soluções aos casos concretos”.
O Analista Judiciário também menciona que está vivenciando um desafio no atual cargo: “Para um analista da área judiciária, os desafios surgem com a disposição de deixar o processo e entender o funcionamento do Tribunal – o que ainda não consegui totalmente! A Coordenadoria de Gestão Estratégica é, sem dúvida, o maior desafio, proposto e aceito. Espero fazer um bom trabalho”.
Satisfeito com o ambiente de sua área, Ciro explica por que gosta de trabalhar em um dos cargos mais concorridos do Tribunal: “O Judiciário Federal, como um todo, é um bom lugar para trabalhar. São boas condições estruturais, remuneratórias e até sociais, o que faz com que uma vaga seja tão disputada”.
Por outro lado, Ciro argumenta que, como em qualquer serviço público, “a recompensa maior é poder prestar um serviço de qualidade à população, saber que fez o melhor possível”, e completa que atuar na área administrativa é agir em um segundo nível, ou seja, “permitir que a atividade fim do órgão produza seus resultados”.
A respeito das carreiras dentro do órgão, o Analista Judiciário expõe para os candidatos: “O serviço público não é lugar de carreira, ao menos não como se imagina em senso comum, com vários degraus a subir. O TRT possui dois ‘níveis’ a almejar: as funções comissionadas e os cargos em comissão. No entanto, tratando-se de um Tribunal de pequeno porte, não são tantas oportunidades assim”.
Nesse aspecto, segundo o Analista, a nova gestão prestigiou servidores efetivos para o preenchimento dos cargos, ao acreditar em “figuras novas” e reconhecendo a contribuição de servidores com mais tempo de casa. “Resta confiar que os responsáveis pelas indicações saibam sempre recompensar o esforço a mais e o conhecimento acumulado”, acrescenta.
Ciro Cardoso também cita que o TRT do Maranhão enfrenta grandes desafios relacionados à sua produtividade. O quadro atual de servidores precisa se desdobrar para atender à demanda que segue crescendo.
Aos que entrarão no Tribunal com o concurso, ele deixa um conselho e alerta: “Gostaria de deixar um recado não aos candidatos, mas aos futuros nomeados: se você não estiver interessado em ser o melhor servidor que puder, deixe a vaga para o próximo! Se a sua intenção é descansar depois de passar no concurso, por favor, escolha outro órgão!”
Quanto ao relacionamento entre os colaboradores, segundo Ciro Cardoso, sempre ocorre de modo agradável: “O clima é bastante cordial, amistoso. Os amigos do gabinete são uma segunda família e os da Gestão Estratégica estão tendo paciência comigo! Como passamos muito tempo juntos, é importante fazer com que a experiência valha a pena para todos. Sou grato por eles. Espero retribuir à altura”, declara.
Neste ano, o concurso do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT16) oferece 21 vagas para os cargos de Analista e Técnicos Judiciários. A banca organizadora será a Fundação Carlos Chagas (FCC), assim como no último certame de 2009 (veja aqui uma análise desta banca).
As provas ocorrerão em São Luís, Maranhão, no dia 04 de maio pela manhã para os candidatos a Técnico, e à tarde para os cargos de Analistas. A remuneração para Técnicos será de R$ 4.635,03, R$ 7.566,42 para Analistas e R$ 9.188,20 para o cargo de Oficial de Justiça Avaliador Federal. Todas as jornadas de trabalho são de 40h semanais.
No concurso anterior de 2009, apesar de poucas vagas, muitos aprovados já foram chamados. Veja abaixo a relação de vagas disponibilizadas, aprovados e nomeados (atualizado até 30 de agosto de 2013):
Cargo | Vagas | Aprovados | Convocados |
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Oficial de Justiça | 1 | 534 | 17 |
Analista Judiciário - Adm. | 1 | 1524 | 291 |
Técnico Judiciário | CR | 244 | 7 |
Analista Judiciário - Jud. | CR | 2187 | 118 |
Técnico Administrativo | 3 | 6761 | 293 |
Analista Judiciário | CR | 241 | 13 |
O concurso do TRT16 tem validade de dois anos, renováveis por igual período. Veja aqui a análise do edital publicada no nosso blog.