Entrevista: Conheça o trabalho de um Auditor de Controle Externo do TCDF


Hugo Tomaz Neto, Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), foi um dos aprovados no concurso do órgão em 2011. Até a aprovação, ele estudava desde 2008 especificamente para o Tribunal de Contas da União (TCU), mas como não obteve êxito nas provas de 2008, 2009 e 2011 para o TCU, depois de ter feito vários concursos, Hugo conseguiu bons resultados e aprovação para o TCDF.

O TCDF é o órgão responsável pela eficaz e regular aplicação do dinheiro público, sob cumprimento da Lei, para garantir a manutenção e preservação do patrimônio do DF. Assim, o órgão busca exercer o controle externo da administração dos recursos públicos no DF, com auxílio à Câmara Legislativa (CLDF).
Hugo explica seus motivos na escolha por trabalhar no Tribunal: “Descobri que a atividade de auditoria era a que mais combinava com o meu perfil. Assim, fiz uma reserva financeira, larguei meu antigo contrato como servidor temporário do Poder Executivo Federal e comecei a estudar”.
No período de estudos, Hugo teve êxito em outros concursos: Polícia Civil do DF (2009), Auditor de Controle Interno do DF (2009), Engenheiro da Caixa (2010), Analista de Infraestrutura do Ministério Público (2010), Analista/Perito Engenheira Civil do MPU (2010) e, finalmente, TCDF (2011) quando foi aprovado e depois tomou posse em 2012.
“Nesse longo período como concurseiro, temos que fazer o máximo de provas possível. No meu caso, ainda tinha a angústia de não estar trabalhando até assumir o cargo de Analista de infraestrutura do Ministério do Planejamento em 2010”, relata Hugo.
O TCDF era na mesma época da prova do Senado Federal, fato que mudou o foco do então concurseiro: “Como fiquei frustrado com os fracassos obtidos nas provas do TCU (que realmente fazia muita questão em passar), resolvi focar apenas no Senado, tanto para o cargo de analista quanto para o de consultor”, explica.
A decisão do Auditor para fazer o TCDF veio depois: “Para não perder o ritmo com provas, resolvi encarar o TCDF, depois de muita relutância. Logo, não me dediquei ao TCDF de mesma forma como me dediquei para o TCU em outras épocas”.

“Descobri que a atividade de auditoria era a que mais combinava com o meu perfil. Assim, fiz uma reserva financeira, larguei meu antigo contrato como servidor temporário do Poder Executivo Federal e comecei a estudar”
Hugo pondera que todo o conhecimento adquirido ajudou para a aprovação. “Na verdade, para a prova do TCDF aproveitei toda a bagagem do conhecimento obtido nesse longo período de estudos, no entanto um fator que considero fundamental para meu sucesso: fiz a prova sem compromisso algum de aprovação, afinal estava descrente com os inúmeros fracassos no TCU. Logo, o conhecimento já estava sedimentado”, justifica. Apesar de não ter compromisso específico com o TCDF no primeiro momento, Hugo considera que conseguiu ficar menos ansioso e ter mais tranquilidade sem se pressionar tanto: “O que me atrapalhava era a ansiedade no dia da prova. Como para o TCDF fiz a prova sem nenhuma expectativa de aprovação, retirei toda a carga de tensão que sempre me atrapalhou”. Ele ainda acrescenta que a tranquilidade ajudou nas outras aprovações: “Isso também ocorreu em todos os demais concursos que obtive aprovação, por não terem sido os cargos que me interessavam efetivamente. Nesse caso, fiz as provas de forma tranquila, sem cobranças internas (eu tenho que passar!) e sem maiores pretensões. Era como se fosse fazer apenas um simulado”. Naquele momento, Hugo se preparou bem e considera importante a construção do conhecimento que adquiriu, mesmo que fizesse provas diferentes. “Ter conhecimento é fundamental, porém, tão importante tanto, ou mais, é estar tranquilo para fazer a prova e não cometer erros que você nunca cometeria se estivesse fazendo apenas um exercício”, conclui.
**Dificuldades e superação**
Sem trabalhar, Hugo passou a se dedicar apenas aos estudos: “No início, estudava de manhã e à tarde, de noite ia ao cursinho. Um ritmo frenético, porque coloquei na cabeça que tinha que passar logo, afinal, estava sem trabalhar”. O Auditor do TCDF explica que esse momento foi superado com atividade física. “Eu sentia a pressão de ter que aprender e entender disciplinas que nunca havia estudado antes para conseguir fazer uma ótima prova e buscar uma aprovação rápida. Isso gerou muita ansiedade e, consequentemente, vários fracassos. Depois, voltei a malhar, correr, e vi que era uma excelente forma de aliviar o estresse e o cansaço mental. É algo que passei a recomendar para meus amigos concurseiros”. Depois disso, quando começou no novo emprego como Analista de infraestrutura no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Hugo teve que administrar seu tempo de outra forma: “Precisei conciliar meu tempo livre com estudos e outras atividades que abri mão durante meu período de dedicação exclusiva para estudo. Porém essa fase foi menos dolorosa por já ter obtido um amplo conhecimento. Assim, passei a me dedicar a resolver provas e exercícios, além de manter leituras sobre leis”, relata. No início dos estudos, Hugo sentia dificuldades em todas as disciplinas, mas teve uma dedicação especial em Administração Financeira Orçamentária, Contabilidade Pública e Contabilidade Geral, pois ele considera que necessitavam de uma maior atenção e raciocínio. Ele também acrescenta: “Os Direitos, de modo geral, consegui aprender com menos dificuldade, inicialmente com muita leitura de doutrina, mas principalmente com aulas e leitura das leis e Constituição”.
**Dicas para os concurseiros**
Hugo assinala a dedicação como dica principal: “Existem pessoas iluminadas que aprendem com muita facilidade e têm uma sorte tremenda na prova. Mas, para pessoas normais (e nesse grupo me incluo), a minha dica é: muita dedicação e seriedade, porque as dificuldades e possibilidade de desvios de foco sempre aparecerão ao longo desse tortuoso caminho”.
Ele enfoca novamente a importância de não se pressionar tanto: “Um diferencial fundamental para meu sucesso foi conseguir fazer a prova do TCDF sem nenhuma pressão de passar, ou seja, tente fazer outras atividades. Procure retirar a ansiedade e a tensão para prova. Esse controle é o diferencial para o sucesso, afinal, grande parte dos concurseiros tem o mesmo nível de conhecimento. Então, qual seria o diferencial? Ter tranquilidade para marcar o X no lugar certo!” O Auditor de Controle Externo argumenta que é preciso “ter atenção especial em todas as discplinas! O importante é pontuar e errar o menos possível!”
“Saio do Tribunal apenas quando me aposentar. Também não faço mais concursos. Todo o conhecimento adquirido não é em vão e sempre será bem aproveitado! Ah, se estou realizado?! Exercer a atividade de Auditor de Controle Externo está sendo muito melhor do que imaginava!”
Para concluir as recomendações, Hugo considera necessário conciliar outras atividades do cotidiano: “Saiba dosar sua hora de estudo com outras atividades como malhar, passear, namorar... não entre na paranoia de pensar assim: 'enquanto estou aqui malhando, meu concorrente está estudando', pois isso só lhe prejudicará. Fique tranquilo, ninguém é uma máquina e, com certeza, seu concorrente também vai buscar aliviar o cansaço com outras atividades”.
**Por dentro do TCDF**
Entre os benefícios de trabalhar no TCDF, Hugo menciona que gosta de ter liberdade para se expressar e uma boa convivência com a equipe: “No que se refere à atividade, ter a oportunidade de realizar um trabalho técnico em que você tem liberdade para expor suas conclusões de forma imparcial. Com relação à convivência, a boa relação entre os colegas de trabalho, um ótimo ambiente e várias oportunidades para aperfeiçoar seus conhecimentos”.

O Auditor afirma que está realizado no atual cargo que ocupa no Tribunal. “Eu simplesmente não tenho mais pretensão de estudar para nenhum outro concurso. Além disso, todo o esforço desses quatro anos até ingressar na carreira me ajudou muito com a minha atividade aqui no TCDF”.
Hugo acrescenta que está satisfeito por trabalhar no Tribunal e com sua carreira atual: “Saio do Tribunal apenas quando me aposentar. Também não faço mais concursos. Todo o conhecimento adquirido não é em vão e sempre será bem aproveitado! Ah, se estou realizado?! Exercer a atividade de Auditor de Controle Externo está sendo muito melhor do que imaginava!”

Veja também:

_Por: Giselli Vieira / Assessoria de Comunicação do Mapa da Prova_
Compartilhar